Eu...algumas palavras que me definem: jornalista, apaixonada, insegura, ansiosa, amiga...um sentimento que me move todos os dias: saudade..saudade imensa de tudo que eu vivi, que eu vivo e que eu vou viver...fiz isso para poder escrever, uma coisa que eu gosto, desde criança...deve ser por isso que escolhi ser jornalista...
sábado, 25 de agosto de 2007
não seria melhor cansei de ser egoísta?
Eu pensei muito se realmente deveria escrever sobre isso. Será que não mexer e feridas ainda abertas? Achei melhor não levantar polêmicas. Depois, fiquei pensando muito nisso e criando umas frases na minha cabeça, uma manhã inteira, arrumando a casa e pensando nisso. Aí eu refleti, quem eu sou afinal de contas? Quem vai se importar com uma recém-formada em jornalismo, desempregada que escreve em um blog que quase ninguém visita? Então...foda-se né...Quem disse que a gente precisa agradar todo mundo, um cara que eu admiro muito, uma vez disse em uma música "Eu queria saber o segredo do sucesso, porque do fracasso é agradar a todo mundo"*.Assim sendo, vou escrever sobre o acidente do vôo 3054 da TAM. Eu sei que isso já faz mas de um mês, que todo mundo fala disso, que existem mil reportagens, textos, comentários, etc, etc, sobre isso, mas eu quero falar algo diferente, na verdade isso é só um pano de fundo. O que eu quero falar mesmo é sobre a dor. Voltado ao acidente, deve ser uma dor imensa ter uma pessoa querida morta em acidente assim, ainda mais em um que matou outras 198 pessoas queridas de outras pessoas. Ter seu pai, mãe, filho, primos, amigos, arrancados dessa forma de você. Enfim, como sempre após uma tragédia as pessoas passam a buscar um culpado, como se isso diminuísse a dor, a dor se transforma em raiva, ms,não se iludam ela não deixa de ser dor. A busca por culpado, mesmo que este esteja entre os mortos, mas, isso normalmente não satisfaz quem ficou. Esta busca nesse caso gerou um movimento denominado CANSEI. Que sinceramente, deveria ter como mote Cansei de ser EGOÍSTA! Porque o ser humano é muito egoísta, as pessoas que começaram esse movimento são egoístas, no fundo todo mundo sabe do que essas pessoas cansaram...e só cansaram porque não estão ponto alto do poder,na cadeira da Presidência, só cansaram porque a dor só agora bateu na sua porta, porém, a dor está há muito mais tempo na sociedade. Só para dimensionar, ninguém pensou em fazer camisetinhas, pegar porta-vozes famosos, fazer movimentos na cidade para dizer que cansou das mortes de inocentes, provacadas por políciais, nas periferias de São Paulo depois dos ataques do PCC. Quando a polícia teve o aval para matar todo mundo que tivesse cara de bandido (leia-se: o favelado). Não existe um movimento Cansei de ônibus lotado, cansei de morar um barraco, cansei de não ter luz, água, cansei de ser desempregao, de ficar na fila do Pronto Socorro, cansei de ser descriminado, enfim, CANSEI DE PASSAR FOME!Porque isso realmente não atinge os 8% da população que anda de avião (ou andou alguma vez na vida), que enfrenta "filas" nos aeroportos, tente enfrentar uma fila no PS Central morrendo de dor...Em tempo, não estou justificando tais mortes, tais contratempos, como se elas fossem menos importante. Mas, até onde sabemos trata-se de um acidente, uma tragédia, e tragédias, muitas vezes, não podem ser evitadas e, tantas vezes, não se trata de problemas sociais ou políticos ( a não ser que se implante isso), pode ser um erro humano, um erro da máquina, fúria da natureza. Isso, infelizmente, não se controla com medidas estatais. Bem sabemos que "não sabemos" o que aconteceu, e talvez nunca venhamos a descobrir o que realmente se passou naquele avião, só vemos e ouvimos informações precipitadas, trocas de acusações. Porém, a questão é que essa dor também não pode ser mais importante que outras. E mais, eu acho que este texto não devia ser escrito por mim, que não senti essa dor, e sim por alguém que a sentiu, já que não temos a capacidade de sentir a dor do outro. Porque a dor deveria nos tornar mais uma humanos, no sentido utópico dessa palavra. Porque não deveríamos achar que a dor de perder um parente dessa forma é maior ou menor que a dor de perder um filho para miséria, a dor de catar papel na rua o dia todo e chegar em casa e não ter o que comer, a dor de não ter um pedaço chão, uma terra, a dor de ver seus filhos passando fome, a dor de não ter um trabalho, a dor de não saber ler, de não saber se defender, a dor de ter um filho assassinado "por engano" em uma viela de São Paulo quando voltava para casa depois de um dia de trabalho, a dor de ser escravo, a dor de ser descriminado por sua cor, por sua roupa, por sua falta ter, a dor de passar pela vida como se ela fosse uma imensa vitrine que só se pode olhar do lado de fora. Dores não devem ser comparadas, devem ser sentidas por todos, porque só quem sente a dor sabe que não importa aonde ela doí, sabe que dor é dor em qualquer lugar, em qualquer pessoa, e todas as dores devem ser importantes. O que deveria acontecer é sentirmos a dor do outro, mas, como doí nele, como se essa pessoa pudesse emanar uma energia que a dor pudesse de todos, porque no final das contas todos nós pagamos pela dor alheia. Ja que só assim agimos, quando a dor doí em nós mesmos, fazemos algo nesse momento porque somos egoístas e só a nossa própria dor nos motiva. A elite e a classe média brasileiras acham que são inatingíveis até a dor chegar a sua porta. Isso não adianta nada como bem vimos, porque continuam na sua redoma de vidro achando que a sua dor é melhor, mais importante, deve ser resolvida primeiro. O mais triste é que nem sentido essa dor deixamos de ser egoístas, como se a dores alheias não nos atingisse, como se a dor de outros não se tornasse raiva, depois violência e gerasse uma busca por culpados, nós bem sabemos que esse é o ciclo da dor. Luta-se para resolver o problema de 8% da população e os outros 92% como fica? Enfim, "onde a dor doí?"
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Um comentário:
Má, fazia tempo que eu devia uma visita ao seu blog. Vacilação minha nunca ter comentado ainda. Não é por nada não, mas que tal suavizar um pouco a cara da página. Acho que o preto não destaca a página, além de cansar e tirar um pouco da atenção. Lembre dos conselhos do tio Luciano. Tenha também maior cuidado com seu texto. Revise para ver se não faltou letra, acento, pontuação. Na pressa, pouco notamos erros e repetições. Bom, se você quer sair do anonimato você poderia divulgar sua página a cada e-mail que você enviar ou a cada scrap, sempre no final como uma assinatura. Pode ser que você angarie mais leitores e divulgue melhor aí sua publicação, tá certo!
Ah, coloque uma foto, digamos, mais condizente com a "Mariana jornalista". Eu te conheço, claro, mas acho que outras pessoas também merecem ter este prazer.
Conheço sua capacidade. Está na hora de você divulgá-la melhor.
Legais os seus textos. Prometo passar sempre por aqui agora.
Beijos dos seu amigo chato que te adora!
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